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  • Foto do escritorCidade Radio

O JARDIM VIVO



Muito tempo perguntei a mim mesma porque é que Deus tinha as Suas preferências, dando às almas medida tão desigual de graças. Maravilhara-me vê-Lo tão pródigo de favores extraordinários com grandes pecadores como S. Paulo, Santo Agostinho, Santa Maria Madalena e tantos outros a quem Ele forçava, por assim dizer, a receber os Seus dons.


Ao ler a vida dos Santos, admirava-me também ver como Nosso Senhor acarinhava do berço ao túmulo, certas almas privilegiadas, desviando do seu caminho qualquer tropeço que lhe impedisse o altearem-se até Ele, não permitindo que a menor mancha do pecado lhes viesse deslustrar o imaculado alvor da túnica batismal.


E a par disso não chegava a entender como é que tantos pobres selvagens, por exemplo, morriam cada dia sem sequer terem ouvido pronunciar o nome de Deus.


Dignou-se Jesus desvendar-me este mistério, pondo-me diante dos olhos o livro da natureza e fazendo-me compreender que, embora todas as flores por Ele criadas sejam formosas, nem o esplendor da rosa nem a brancura da açucena absorvem o perfume da humilde violeta, nem sombra à encantadora singeleza do malmequer.


E fiquei entendendo que, se todas as florinhas quisessem ser rosas, perderiam a natureza as suas galas primaveris e os campos o esmalte das suas boninas.


O mesmo acontece no mundo das almas, que são o jardim vivo do Senhor. Ao lado dos grandes santos, que são os lírios e as rosas deste vergel, comprouve-se Deus em criar outros mais pequeninos, que, contentando-se com a simplicidade do malmequer ou com a modéstia da violeta, são destinados a alegrar os olhos do divino jardineiro, quando Ele se digne pousá-los na terra.


A beleza e a perfeição de tais flores dependem do desvelo com que cumprirem a vontade do Criador.




Santa Teresinha do Menino Jesus em História de uma Alma


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