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AMAR JESUS EM CADA UM




<< Em verdade vos digo: cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes.>> (Mt 25,40)



"A mim o fizestes"


O amor evangélico quer que reconheçamos Jesus no próximo, como Ele disse, ao falar do juízo final: <<Pois tive fome, e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber (...) Então, os justos lhe responderão: <<Senhor, quando foi que te vimos com fome e te alimentamos? Com sede e te demos de beber?>> (...) <<Em verdade, vos digo: cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes.>>(Mt25,35-40).


Portanto, essa arte de amar requer também que reconheçamos Jesus, que acreditemos que Jesus está por trás de cada irmão, porque Ele considera feito a Si o bem e o mal que foram feitos ao próximo.



"Outro Cristo"


<<A mim o fizeste>>


Se, de algum modo, Cristo está presente em todos, não podemos fazer discriminações nem ter preferências.

Vão pelos ares os conceitos humanos que classificam os homens por país, idade, condição social, dotes pessoais, bens ou outros critérios. Cristo está por trás de cada um, Cristo está em cada um.


E cada irmão é realmente "outro Cristo", se a graça enriquece sua alma, ou é "outro Cristo" em potencial, se nele falta a graça.



Olho simples


Ter um olho simples: ver um único Pai; servir a Deus no próximo; ter um só irmão: Jesus.


O olho simples divisa em cada pessoa "um Cristo em potencial". Põe-se a serviço de todos... para que Cristo se forme e cresça neles. Vê em cada pessoa um Cristo que nasce, que deverá crescer e viver, realizando o bem - qual novo filho de Deus - , que morrerá, ressuscitará e será glorificado...


Com seu contínuo serviço, a pessoa não se pode dar paz enquanto não reconhecer no irmão a fisionomia espiritual do Cristo.

Por isso, vivendo ela o Cristo... serve a Cristo no próximo para que Ele cresça em idade, sabedoria e graça...


É por isso que a pessoa só conseguirá realizar o seu Ideal (único ideal de Jesus)

"ut omnes unum sint" - quando produzir frutos no momento presente a serviço do próximo...



Cada relacionamento seja caridade



É preciso traduzir em caridade, transformar em caridade, os diversos contatos que mantemos com o próximo durante o dia.


Do momento em que nos levantamos de manhã, até à noite quando vamos dormir, cada relacionamento com os outros deve ser caridade. Na igreja, em casa, no escritório, na escola, na rua, devemos encontrar as várias ocasiões para viver a caridade.


É nossa tarefa ensinar, instruir, governar, dar de comer, vestir, acudir os familiares, servir os clientes, despachar? Devemos fazer tudo isso por Jesus nos irmãos com descuidar de ninguém aliás sendo os primeiros a amar a todos.


É uma ginástica, ao longo do dia, mas vale a pena, porque, assim, progredimos no amor de Deus.



Desde a manhã


Podemos amar Jesus também nos familiares que cumprimentamos com um bom-dia, com os quais rezamos, quem sabe, a oração da manhã e tomamos café.


Podemos amar Jesus no próximo durante o dia, inclusive atrás da mesa de professor onde ensinamos, ou do balcão da loja ou do guichê do Banco onde trabalhamos...


Podemos amar o próximo reconhecendo Jesus nele até em casa, quando passamos o pano de chão ou a vassoura, quando lavamos a louça ou saímos para as compras.


Podemos amar Jesus quando escrevemos uma carta, damos um telefonema,

participamos de um congresso ou escrevemos um artigo. Podemos amar Jesus no

próximo quando rezamos.


Sempre dispomos dessa maravilhosa possibilidade e podemos ter certeza de que

Ele nos diz a todo momento: "A mim o fizeste".



O irmão: uma mina preciosa



Reconhecer o semblante de Jesus no rosto de cada irmão, e amá-lo.


Saber que quando encontramos um irmão, é como se nos achegássemos a uma mina de onde podemos extrair algumas pepitas de ouro.


Porque, amando aquele irmão, enriquecemos nossa alma. "A todo aquele que tem (amor) será dado" (cf. Mt 25,29).


Também Santo Agostinho tem a mesma convicção: "No amor ao próximo, o pobre é rico; sem o amor ao próximo, o rico é pobre".


Nos dias de hoje, "a santidade deve sair dos conventos, marcar presença nas casas, nas escolas, nas ruas, nos escritórios, nos Parlamentos...", porque hoje, mais do que outrora, tomamos consciência de que também os leigos são chamados à santidade.



A pérola


Então, sem estarem isolados, sem estarem protegidos por muros, sem disporem de todas aquelas precauções que a vida espiritual exigia antigamente, como poderão esses leigos encontrar a união com Deus estando no meio do mundo?


Eles, que, além de não terem coisa alguma que os proteja, estão sempre rodeados por outros homens e mulheres que, no passado, preferia-se manter afastados.


Mas eis que uma espécie de pérola começa a luzir.


O Espírito Santo, iluminando-nos com um seu carisma, nos sugeriu: justamente o irmão, a irmã, precisamente eles, que outrora podiam ser vistos como empecilhos, podem se tornar até mesmo nosso caminho para chegar a Deus, podem ser uma abertura, uma porta, uma estrada, uma passagem que leva a Ele.


Com uma condição, naturalmente: que não sejam eles a exercer influência sobre nós, com seu comportamento muitas vezes apenas humano, mas sejamos nós a influenciá-los com o nosso comportamento sobrenatural. Como? Já sabemos: amando-os.


Amando-os um por um, durante o dia, o dia inteiro. Amando-os com aquela arte de amar, que é divina, por ser possível somente com o amor que o Espírito Santo infundiu em nosso coração.


E todos bem sabemos as exigências desse amor.


O que acontecerá se agirmos assim?


Acontecerá que à noite, por exemplo, durante a oração, e também durante o dia, quando, por um instante, pudermos recolher-nos sozinhos com Deus, sentiremos a Sua presença.



Ele veio até nós, porque nós fomos até Ele nos irmãos.


Concretiza-se, então, aquela união experimentada que muitos de nós conhecem, mas ainda não sabem definir, nem classificar, talvez por ser nova, sensível aos sentidos da alma, que inunda o coração de amor.


E assim, com Ele presente, podemos rever cada afazer nosso.


Daí resulta, entre outras coisas, que, se logramos isso por intermédio do irmão que foi amado, ele não é apenas um beneficiado nosso, mas um nosso benfeitor, pois nos proporcionou aquilo que esperávamos de melhor.


Acontecerá, então, que, no contato com ele, sentiremos reconhecimento, o que nos porá em posição de humildade, virtude que, além do mais, muito serve ao amor.



Chiara Lubich


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