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A necessidade da oração

A oração, fazendo o nosso espírito penetrar na plena luz da divindade e expondo a nossa vontade abertamente aos ardores do amor divino, é o meio mais eficaz de dissipar as trevas de erros e ignorância que obscurecem a nossa mente e de purificar o nosso coração de todos os seus afetos desordenados. E' ela a água da graça, que lava a nossa alma de suas iniquidades, alivia os nossos corações, opressos pela sede das paixões, e nutre as primeiras raízes que a virtude vai lançando, que são os bons desejos.


Mas o que muito em particular te aconselho é a oração de espírito e de coração e, sobretudo, a que se ocupa da vida e paixão de Nosso Senhor: contemplando-O, sempre de novo, pela meditação assídua, tua alma há de pôr fim e encher-se Dele e tu conformarás a tua vida interior e exterior com a Sua. Ele é a luz do mundo; é Nele, por Ele e para Ele que devemos ser iluminados.

Ele é a árvore misteriosa do desejo de que fala a Esposa dos Cantares. E' a Seus pés que temos que ir respirar este ar suavíssimo, quando o nosso coração se vai afrouxando pelo espírito do século. Ele é a cisterna de Jacob, essa nascente de água viva e pura; a ela cumpre chegarmo-nos muitas vezes, para lavar nossa alma de suas manchas. Os meninos, como é sabido, ouvem continuamente as suas mães falarem e, esforçando-se por balbuciar com elas, aprendem a falar a mesma língua; deste modo nós, unindo-nos com Nosso Senhor, pela meditação, e notando as Suas palavras e ações, os Seus sentimentos e inclinações, aprenderemos por fim, com a Sua graça, a falar com Ele, a agir com Ele, a julgar como Ele e amar como Ele. A Ele é preciso prendermo-nos, Filotéia, e crê-me que não podemos ir a Deus, o Pai, senão por esta porta que é Jesus Cristo, como Ele mesmo nos disse. O vidro dum espelho não pode deter a nossa vista, se não for aplicado a um corpo sólido, como o chumbo e o estanho; de modo análogo, jamais nos seria possível contemplar a divindade nesta vida mortal, se não se unisse à nossa humanidade em Jesus Cristo, cuja vida, paixão e morte constituem para as meditações o objeto mais proporcionado a nossas luzes, mais agradável ao nosso coração e mais e útil ao melhoramento de nossos costumes.

O divino Salvador chamou-Se a Si mesmo o pão descido do céu, por muitas razões, entre as quais podemos aduzir a seguinte: assim como se come o pão com toda sorte de alimento, assim devemos tomar o espírito de Jesus Cristo na meditação, e Ele, nutrindo-nos, influirá em todas as nossas ações. Por isso, muitos autores repartiram em diversos pontos de meditação o que sabemos de Sua vida e paixão. Entre esses autores aconseIho-te especialmente S. Boaventura, Bellintani, Bruno, Capiglia, Granada e La Puente.

Emprega neste exercício uma hora por dia, antes do jantar, ou de manhã, se for possível,

antes que percas as boas disposições e tranquilidade de espírito que dá o repouso da noite. Mas não prolongues mais este tempo, a não ser que o teu pai espiritual o tenha fixado expressamente.


Se te for possível fazer este exercício com maior tranquilidade numa igreja, parece-me ainda

melhor, porque, a meu ver, nem pai, nem mãe, nem marido, nem mulher, nem pessoa alguma terá direito de disputar-te esta hora de devoção; ao contrário, em casa não podes contar com toda ela nem com tanta liberdade, em razão da dependência em que aí te achas.


Começa a tua oração, seja mental, seja vocal, sempre pondo-te na presença de Deus; nun-

ca negligencies esta prática e verás em pouco tempo os seus resultados.


Se em Mim confias, hás de recitar o Pater noster, Ave Maria e o Credo em latim; não omi-

tirás, no entanto, de aprender estas orações também em tua língua materna, para que lhe entendas o sentido. Deste modo, conformando-te ao uso da Igreja pela língua da religião, compreenderás outrossim o sentido admirável destas orações e lhes saborearás a suavidade. Convém recitá-las com a máxima atenção ao seu sentido e excitando os afetos correspondentes. Não te deixes levar pela pressa infundada de fazer muitas orações, mas cuida de rezar com devoção; um só Pater, rezado com piedade e recolhimento, vale mais que muitos recitados precipitadamente.


O Rosário é um modo utilíssimo de rezar, suposto que se saiba recitá-lo bem. Para que

tu o saibas, lê um desses livrinhos de oração que contém o método de rezá-lo. Muito recomendável é também recitar as ladainhas de Nossa Senhora e dos santos, como outras orações que se acham em manuais aprovados devidamente; mas tudo isso fica dito sob a condição de que, se tens o dom da oração mental, lhe dês o tempo principal e o melhor. Deves notar que, se depois de o fazeres, por causa de muitas ocupações ou por outro motivo, não te sobra tempo disponível para tuas orações vocais, absolutamente não te deves inquietar; é bastante rezares antes ou depois da meditação simplesmente a oração dominical, a saudação angélica e o Símbolo dos Apóstolos.


Se, ao recitares uma oração vocal, te sentires atraída à oração mental, muito longe de

reprimires esta inclinação, deves deixar-te levar suavemente e não te perturbes por não acabar todas as orações que te tens proposto. A oração do espírito e do coração é muito mais agradável a Deus e salutar à alma do que a oração dos lábios. Está bem de ver que a esta regra hás de executar o ofício divino e aquelas orações que estás obrigada a recitar.


Deves repelir tudo que te poderia impedir este santo exercício pela manhã; mas, se tuas

múltiplas ocupações ou outras razões legítimas te roubam este tempo, procura fazer a meditação de tarde, à hora mais distante possível da refeição, quer para evitar a sonolência, quer para não fazer mal à saúde. E, se prevês que em todo o dia não acharás tempo para a oração, cumpre reparares essa perda, suprindo-a por essas elevações frequentes de espírito e coração a Deus, às quais chamamos jaculatórias, por uma leitura espiritual, por algum ato de penitência, que impede as consequências daquela perda, e propõe-lhe firmemente

fazer a tua oração no dia seguinte.


São Francisco de Sales


A nossa relação com Deus se baseia pela oração. Sem ela não há como mantermos uma vida em Deus, a falar-Lhe com Amor, escutá-Lo no silêncio e atenção do coração com a mente livre de preocupações e desassossegos.

Pessoas que muito falam ou reclamam por tudo e por nada terão uma grande dificuldade em serem orantes, porque a familiaridade com Deus não será alcançada por almas falantes.

Ao contrário, se com a ajuda da graça não formos capazes de mortificarmos os sentidos, especialmente a língua, não alcançaremos o espírito de oração, pois aquele que não ama o silêncio não fará progressos na amizade com Deus, haja vista a virtude do silêncio é um excelente meio para atingir a oração e nos preserva de muitos pecados, dissipando as oportunidades de conversas paralelas inúteis e curiosidades.

A devoção é conservada pelo silêncio, enquanto o muito falar afugenta os bons pensamentos e o recolhimento em Deus. O excesso de conversa é a causa de distração e o abandono da oração.


Finalização de Claudia Pimentel dos Conteúdos Católicos


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