A vida de amor para com Deus e o Salvador tem sido então o ideal cristão de todos os tempos; nós o vimos pelo testemunho dos padres, dos Doutores, dos santos e dos escritores ascéticos.
Por vezes esta união de amor se acentua até tornar-se esta intimidade assombrosa de que fala a Imitação de Cristo. Tal foi a graça de Sto. Antônio de Pádua, de S. Francisco de Assis, de Sta. Gertrudes, de Sta. Tereza.
Mas eis que com o reino do Sagrado Coração, esta intimidade se torna mais frequente e fácil. Nosso Senhor a prometeu a Santa Margarida Maria: Seu divino Coração nos foi dado como oceano inesgotável das graças mais preciosas.
Quantas almas santas se elevam agora a uma familiaridade incompreensível com o seu esposo divino! Vede Tereza do Menino Jesus, favorecida com a amizade do divino Menino de Nazaré.
Gertrudes Maria admitida tão frequentemente a íntimas conversações com o bom Mestre.
Isabel da Santíssima Trindade, a Irmã Maria de Jesus Crucificado, a Madre Verônica, a Irmã Celina de Talence e muitas outras. Essas almas santas foram favorecidas por graças extraordinárias; mas sem ir até lá, muitas almas parecem elevar-se aos graus de oração em que o Sagrado Coração as atrai para se unir a elas intimamente.
Almas de boa vontade, hauri abundantemente nestas fontes do Salvador; elas vos serão abertas amplamente se vós trabalhardes pelo reino do Sagrado Coração, em vós mesmas e ao redor de vós. A vida da infância espiritual, tão cara a Sta. Tereza do Menino Jesus, concorda com a vida de intimidade. Nosso Senhor nos convida a ela quando diz: "se não vos fizerdes como crianças, não entrareis no reino de Deus" (Mt 18, 3).
Mons. Gay falou bem da vida de intimidade com Nosso Senhor: "A intimidade é a consciência que têm aqueles que se amam da harmonia que há entre si: consciência cheia
de luz, de unção, de alegria e de fecundidade. É a experiência e o sentimento de seus atrativos mútuos, de sua afinidade, de sua inteira conveniência, senão de sua semelhança perfeita.
É o instinto refletido do acréscimo de bens que eles trazem um ao outro e do complemento que eles fazem um ao outro se, como acontece sempre entre as criaturas, elas têm necessidade de serem completadas.
É uma igualdade preparada pela natureza, confirmada pela graça, e consumada por um amor que se tem naturalmente afirmado.
É a união até a unidade, entretanto, a unidade sem a solidão. É uma segurança recíproca, uma confiança sem limites, uma simplicidade consentida, tornando as almas todas transparentes; enfim e em seguida, é a plena liberdade que elas se dão sempre de se olharem e de se verem até a última profundeza.
Sob um aspeto menos interior, mas não menos necessário, é a liberdade e o repouso assegurado no exterior; a isenção de tudo que divide, distrai ou importuna; a ausência de tudo que é indiferente, de tudo que é estranho, de tudo que é profano.
É o amor em paz e abrigado, o amor em si, no seu lar, no seu santuário, lar impenetrável e santuário inviolável.
Oh! meu Deus! um estado possível, é uma relação possível entre a criatura e vós?
Sim, a intimidade convosco é possível, ó meu Deus...
E vós não o permitis somente, vós a esperais e vos dignais a no-la oferecer".
Sim, o coração de Jesus solicita de nós, coração para coração, a mais terna e a mais doce intimidade. Ele quer que nós sejamos como seus irmãos, seus amigos, seus filhos, suas esposas.
Dos escritos de Padre Léon Dehon
A Devoção ao Sagrado Coração de Jesus nos ajuda imenso a ter intimidade de coração para coração.
Buscarmos dia após dia, essa intimidade tão terna, tão amiga, tão necessária para nela encontrarmos a base de uma vida mais centrada no amor e com mais serenidade.
Nossa alma precisa dessa fonte que transborda do Sagrado Coração de Jesus, todo o alento que preenche a vida da alma.
Enquanto não tivermos essa proximidade que falta à nossa existência, não conseguiremos amar como Jesus ama.
Tenhamos essa amizade íntima pela oração e adoração.
Reservemos tempo para estarmos a sós com Nosso Senhor mais vezes possíveis. Isso nos proporcionará uma vida de mais intimidade com Ele e calemos mais os "barulhos" internos e externos (Inquietação, preocupação, agitações exteriores e etc.) que somente nos prejudicam na presença Daquele que Está à nossa espera à todo o momento e desfrutemos cada minuto de estarmos a sós com Ele e assim notaremos que, a nossa vida será muito melhor.
Finalização de Claudia Pimentel dos Conteúdos Católicos
Comentários